25 de novembro de 2011

BRASIL - PALCO DE MASSACRE INDÍGENA

Segue abaixo, nosso posicionamento como CONPLEI diante do massacre que vem sofrendo a vários anos a tribos indígenas brasileiras e nesta semana a vítima foi a tribo Guarani/Caiuwa. Chamamos de GENOCÍDIO OMISSIVO, mas tememos, que nós, Igreja do Senhor Jesus, tenhamos uma grande parcela de responsabilidade, porque em resumo, isto é resultado de um sistema de governo humano onde não se pode esperar justiça, portanto, a resposta não esta com os governantes e sim com a igreja. Cremos sim que somente a igreja tem a responsabilidade de trazer o reino de Deus para os indigenas e também para nossos governantes, pois samos sabedores que os reinos do mundo considerados referenciais estão em total desespero, enquanto que no próprio meio indígena onde estamos convivendo, temos vivido a manifestação do reino de Deus transformando famílias inteiras. No domingo passado, na igreja indígena de Sidrolandia, MS, cinco pessoas, que haviam sido condenadas pela medicina, as aldeias já esperavam seus corpos que viriam do hospital da Capital que é Campo Grande, no entanto, estavam no culto e todos os cinco formando um conjunto musical entoando hinos de vitórias e adoração ao Senhor Jesus. Mais do que nunca vemos o capitulo 60: 1 a 3 se aplicando a igreja do Senhor Jesus, pois sabemos que o dia a dia de cada um de vcs também são de lutas, muitos ministérios passam por lutas tremendas, mesmo assim não cremos nas circunstancias que nos cercam, mas sim na palavra de nosso Deus. Juntos desfrutaremos das promessas mencionadas em Is. 60 e em toda a Bíblia ainda em nossos dias . Ao Senhor Jesus a Glória, a honra e o louvor para todo o sempre. Amem.




Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas
Caixa Postal 47 – Chapada dos Guimarães, MT - CEP 78195-000 - CNPJ: 07221085/0001-87


O CONPLEI, Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas - instituição criada em prol do índio brasileiro, e dentre outros objetivos de sua constituição organizacional e diretiva, têm a incumbência de representar várias tribos indígenas de nossa nação, e neste sentido vem a público manifestar o seu repúdio ao massacre ocorrido na fronteira do Brasil com o Paraguai, no município de Amambai-MS, no dia 18 de novembro de 2011, em pleno terceiro milênio.

O massacre acima mencionado, não passou de um bárbaro e frio plano para executar tais indígenas, porém, o genocídio omissivo que vem sendo praticado pelos órgãos governamentais, conhecedores da causa que envolve terras em litígio, sem sombra de dúvida, se trata não de um massacre, mas sim de ‘barbárie dos brancos’, visto que a sua responsabilidade de defender os direitos do índio, não passam de um jogo de palavras descompromissadas, cuja administração governamental já não busca o efetivo cumprimento do dever de reintegrar à posse, nas áreas mencionadas, ao seu verdadeiro proprietário – INDÍGENAS, GUARANI e KAIUWA.

A título de alerta, e com o fim de evitar novos massacres, lembramos que na região dos índios Guaranis e Kaiuwa, se vislumbra o abandono e o descaso da administração governamental no que se refere ao projeto da Colonização das Fronteiras com o Paraguai, cuja argumentação, na época, incentivava a colonização da fronteira com o Paraguai. No entanto, o projeto deixou de ser prioridade, e outra leitura não se faz, senão a de que o governo pleiteava, apenas, a proteção das fronteiras com o índio brasileiro, e não o seu desenvolvimento como ser humano carente de direitos básicos.

Com o passar dos séculos, e diante dos inúmeros empecilhos para sobrevivência, à história mostra que, mais esta estratégia governamental para extermínio deste povo, falhou.

A tribo Guarani/Kaiuwa, mesmo vivendo abaixo da linha de miséria, sobrevive e agoniza, com uma única esperança: JUSTIÇA.

A esperança é a mola propulsora de sobrevivência deste indígena, na espera de uma nova geração de governantes que expressem boa vontade, compromisso, responsabilidade e senso de dignidade humana. E, neste ínterim, os indígenas continuam sonhando e mantendo a expectativa de uma vida sem desnutrição e que muitas vezes é sufocada pelo suicídio como solução de seu desespero.

Como evitar o desespero da fome indígena?

Vejamos a matéria que trata de direitos humanos:

“Pela primeira vez na história do constitucionalismo pátrio, a matéria concernente aos Direitos Humanos foi tratada na Constituição promulgada em 1988, adquirindo o status jurídico, abrangendo os direitos e garantias fundamentais, e a instauração de um Estado Democrático de Direito, elencados no Título II na Constituição, e subdivididos em cinco capítulos:


  • direitos individuais e coletivos: correspondentes aos direitos diretamente ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria personalidade.
  • direitos sociais: caracterizados como liberdades positivas, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida.
  • direitos de nacionalidade: capacita o indivíduo a exigir proteção, ao passo que o obriga ao cumprimento dos deveres impostos.
  • direitos políticos: regras que disciplinam a atuação da soberania popular.
  • direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.”   Estudo parcial de Direitos Humanos. Autores: Aércio Pereira de Lima Filho, Diego de Almeida Cabral, Flávio Henrique F. E. Gondim e Marcos Alexandre B. W. Queiroga.

Diante do exposto, é notório o descaso das autoridades governamentais no que se refere aos direitos individuais e coletivos: correspondentes aos direitos diretamente ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria personalidade, em afronta ao dispositivo da Carta Magna, sem adentrar às demais determinações legais, portanto, ao CONPLEI, compete solicitar de nossas autoridades governamentais, um posicionamento eficaz e urgente a favor da justiça ao povo indígena.

E neste sentido, buscamos evitar novos massacres e genocídios omissivos, aos índios que ainda sobrevivem neste território nacional - terra que nós indígenas amamos e, por isto, também temos vestido a farda do exército brasileiro, entendendo que a bandeira brasileira é o símbolo de nossa nação, unimos esforços para lutar pelo Brasil, seu território, e pelo povo que habita e detém esta terra antes mesmo de sua colonização.

Temos orgulho de sermos brasileiros, e temos também a esperança de sermos atendidos em nossos pedidos, visando lutar e trabalhar juntos para construir um Brasil cada dia melhor.
Brasília, 24 de novembro de 2011.

Pr. Henrique Terena                                             Pr. Luiz Bitencourt
      Presidente                                                          1º Secretário


"Em Cada Povo Indígena Uma Igreja Genuinamente Cristã"
CONPLEI  - Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas
Rodovia Emanuel Pinheiro, km 56 – CEP 78195-000 – Telefone: (65) 3301-2611 – Contato: www.conplei.org.br

21 de novembro de 2011

Ataque contra comunidade Kaiowá Guarani

Queridos irmãos,

Este massacre relata muito bem nossa realidade, nosso dia a dia, nas aldeias da fronteira do Paraguai.
Ontem participamos do culto na reserva da tribo Terena, 250 km distante da fronteira, mas também no Mato Grosso do Sul. A situação é calma no momento, porém, também passamos por vários acampamentos indígenas nas terras em litígio até chegar a sede das aldeias onde ficam os templos. Nesta região as igrejas sofrem mais  com crises de lideranças internas pelas quais também pedimos orações. A causa sempre tem sido a mesma em ambas as tribos:
 
O CLIMA TENSO PELAS DEMARCAÇÕES DE TERRAS.

Segue link da notícia:
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=5953&action=read

3 de novembro de 2011

Construção de templo em aldeia da fronteira

Queridos irmãos.
Reforçando a mensagem resumida que escrevi a dois dias, envio mais detalhes da situaçãos dos irmãos da fronteira com o Paraguai que é um desafio enorme para a igreja e para a nação.
Uma pergunta que tem me inquetado é a seguinte: COMO É POSSÍVEL EM UM PAÍS TÃO RICO EXISTIR TANTA POBRESA.
Penso em escrever mais detalhadamente sobre este assunto, mas em outra oportunidade.
Quero apenas relembrar que somente nesta semana que estivemos construinddo lá foram registrados três suicídios e uma casa foi queimada na madrugada, quando a família, uma viúva com filhos estavam dormindo.
Suas galinhas e outros pertences roubados e a casa  com as roupas que haviam ganhado foram totalmente queimados.

É chocante, mas não é tão diferente nos centros desenvolvidos de nossa nação, por isto repetimos: Não podemos depor as armas. Já programamos mais uma temporada lá ainda neste mês juntamente com minha esposa, porque cremos que a solução está com a Igreja do Senhor Jesus que vai mudar este quadro e o quadro da nação Brasileira ainda em nossa geração. Minha afirmação não está baseada na lógica humana, porque com os ollhos naturais me vejo com os Apóstolos quando viram Jesus crucificado e o pensmento dominante era: AGORA CHEGOU O FIM! Mas no terceiro dia tudo ficou claro: Era somente falsa propaganda do inferno e esta é uma arma que ele sabe usar muito bem. Da mesma maneira creio que a igreja, na sua infância no livro de Atos, demonstrou tanto poder, não será diferente agora que esta madura pronta para as Bodas do Cordeiro, ainda que seja necessário fazer o que foi feito com o ladrão que converteu no último instante, porém, uma coisa é certa: Ela será sem ruga e sem mácula  e toda essa beleza será feita pelo próprio cabeça, o Cordeiro.

Pedimos orações neste sentido, lembrando ainda que nesta região a feitiçaria continua resistindo e já queimaram tres templos, mas não prevalecerão sobre a IGREJA DO CORDEIRO.


Foto 1 - Templo antigo onde o culto era realizado na poça dágua pela deficência da cobertura


Foto 2 - Casas de indígenas

Foto 3 - Casa queimada


foto 4 - Sequência da construção do novo templo que já foi inaugurado.

1 de novembro de 2011

Aldeias da fronteira do PARAGUAI

Aldeia Marangatu, tribo Caiuwa, municipio de Antonio João- MS

Conforme previsto trabalhamos na demolição e reconstrução de um templo nesta aldeia desde o inicio desta semana.
Fizemos um piso novo e 50% das paredes substituimos por alvenaria e a cobertura de palha foi substituida por sapé.
Ainda tem muito por fazer, principalmente nas vidas que precisam de discipulado.
Também é assustador ainda a pressão da feitiçaria e o número de suicídio que continua acontecendo nesta região. Pedimos orações neste sentido. Enviarei novos detalhes posteriormente.